O Mensageiro de Hesse

23 novembro 2025

(excerto – tradução para português)

Em 1789, o povo de França estava cansado de servir de bode expiatório ao seu rei. Revoltou-se e nomeou homens de confiança que se reuniram e declararam: um rei é um homem como qualquer outro, é apenas o primeiro servidor do Estado, deve prestar contas ao povo e, se desempenhar mal o seu cargo, deve ser punido.

Definiram então os direitos do homem: “Ninguém deve herdar pelo nascimento quaisquer direitos ou títulos sobre outrem; ninguém deve adquirir direitos sobre outro através da propriedade. O poder supremo reside na vontade de todos ou da maioria. Essa vontade é lei, manifesta-se através das assembleias legislativas ou dos representantes do povo, eleitos por todos, e qualquer pessoa pode ser eleita; os eleitos exprimem a vontade dos seus eleitores, e a vontade da maioria dos eleitos corresponde assim à vontade da maioria do povo; o rei é apenas responsável pela execução das leis que eles elaboram.”

O rei jurou respeitar esta constituição, mas perjurou-se perante o povo, e o povo condenou-o à morte, como é próprio para um traidor. Os franceses aboliram então a monarquia hereditária e elegeram livremente um novo governo, a que toda a nação tem direito segundo a razão e a Sagrada Escritura. Os homens que deviam supervisionar a execução das leis foram eleitos pela assembleia dos representantes do povo; formaram o novo governo. O poder executivo e legislativo foi assim eleito pelo povo e a França tornou-se um Estado livre.

Fonte: The Hessian Messenger, Georg Büchner. Disponível em: PDF